16.1.12

Delirium

-Céu! gritou, rasgando a garganta. E correu pros braços desse seu deus-amor tão lindo, esses seus braços de nuvens, aconchegando-se junto às suas filhas estrelas e aos seus mistérios. Mergulhou nesse azul-roxo-preto da Nix pra dormir e então acordar em um vermelho-laranja-amarelo de Lux, do Sol que é calor e círculo. -E mar! gemeu e suspirou, pela água por todos os lados, de um lar salgado, os ponteiros dos relógios enlouqueceriam tentando contar o tempo que poderia ficar ali.
A lua nova deu colo e fez ninar, cantando, e os sonhos dessa outra noite foram bons. E apesar do vocabulário reduzido, sussurrou entre os ventos que assobiaram nas orelhas que não iria mais dividir seu mundo com ninguém, só queria sentir o que sente com seus deuses, viver em seus braços, no colo, acariciar o ventre que abriga seu filho Entheos*, adormecendo, sonhando, acordando, correndo sobre o verde.
E fim.





*Entusiasmo vem da palavra grega "entheos", en+theos, ou seja, "ter os deuses dentro".

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