11.4.21

vi árvores a derramar suas flores pra ninguém
tô zen no meu momento, Coltrane anti-jazz
crianças têm o céu no alcance das mãos
irmão, será que há tempo de poder ser mais?

eu sei, caramba, nem estrelas são iguais
tem mais: vitória agora é uma fresta de sol
no fim das conta, Tetsuo é quem tinha razão
então todas areias da ampulheta vão 
(É tudo pra ontem - Emicida e Gilberto Gil)


Celebrando cada tempo de poder ser mais vivendo esse tempo tão ruim. Aqui tem sido tudo na base do cuidado de si e do coletivo, no afeto que move, na esperança que não espera, na raiva canalizada pra mudança, no amor como revolução real, e isso há tanto tempo mas dessa vez um pouco difícil (porque eita que saudade de morar em vários abraços).

Essa foto me faz pensar na distinção entre uma árvore e uma nuvem, só que se parecem na impermanência. E vou atravessando o teto da casa, a copa da árvore, o infinito do céu...

Nada nesse mundo é meu de verdade, mas gosto de pensar que toda manhã o olhar dessa árvore pousa no meu que também olho pra ela e a gente fica assim se pertencendo por um momento.

E a areia da ampulheta vai... 

⏳ 🌸 ☁