Eu desenhei uma pirata pra minha irmã hoje.
Depois deitei no sol e escutei Pink Floyd o resto do dia.
Vi desenhos pelas paredes porque fiquei encarando o sol.
E fingi tocar piano nas minhas costelas.
Notas ecoaram em meu ouvido.
Mas aqui dentro fez silêncio.
Estou em um dia oriental. E me sinto inútil e fraca.
Isso é só um desabafo cheio de sono.
Eu preciso voar.
A vontade de querer voar não me deixa em paz...
20.11.11
17.11.11
Cabelos de DNA
Antes de mais nada, deixarei muito claro:
foi amor desde o princípio.
O que eu senti e sinto é enorme,
e eu derramo o que sinto ao redor dela enquanto ela dorme,
enquanto ela sorri, enquanto brincamos de briga em cima da cama desarrumada.
E quando brigamos de verdade, o que me mata.
Mas eu derramo mesmo assim.
Rir de mim mesma e de meu desajeito com as coisas
é tão normal perto dela.
Me sou inteira pra ela. Ninguém me acessa tão fácil.
Piadas e piadas que me deixam sem ar
porque eu prefiro rir
a respirar.
Até ficar roxa, mas não de frio.
Outros anos e estávamos caminhando por outras ruas,
dividindo uniformes e planos
pequenos.
Menores do que nós, nós que éramos tão pequenas.
(Cuide de mim quando eu precisar.)
Depois daqui tudo tem sido céu e areia
e brigas e brigas e tantas brigas
me perco entre gritos e feridas que sangram por dentro.
Mas logo saram, só por um sorriso.
Eu gosto de te ter por aqui.
Aos poucos eu me desfaço mais um tanto
outro dia que se vai é menos um
e eu ainda te vejo no meu oeste.
Sol poente de fogo e choro, eu te preciso.
És linda e eu permaneço enxergando duas
absurdamente apaixonadas, protetoras, amigas
e
Irmãs.
foi amor desde o princípio.
O que eu senti e sinto é enorme,
e eu derramo o que sinto ao redor dela enquanto ela dorme,
enquanto ela sorri, enquanto brincamos de briga em cima da cama desarrumada.
E quando brigamos de verdade, o que me mata.
Mas eu derramo mesmo assim.
Rir de mim mesma e de meu desajeito com as coisas
é tão normal perto dela.
Me sou inteira pra ela. Ninguém me acessa tão fácil.
Piadas e piadas que me deixam sem ar
porque eu prefiro rir
a respirar.
Até ficar roxa, mas não de frio.
Outros anos e estávamos caminhando por outras ruas,
dividindo uniformes e planos
pequenos.
Menores do que nós, nós que éramos tão pequenas.
(Cuide de mim quando eu precisar.)
Depois daqui tudo tem sido céu e areia
e brigas e brigas e tantas brigas
me perco entre gritos e feridas que sangram por dentro.
Mas logo saram, só por um sorriso.
Eu gosto de te ter por aqui.
Aos poucos eu me desfaço mais um tanto
outro dia que se vai é menos um
e eu ainda te vejo no meu oeste.
Sol poente de fogo e choro, eu te preciso.
És linda e eu permaneço enxergando duas
absurdamente apaixonadas, protetoras, amigas
e
Irmãs.
12.11.11
E se eu escrevo sobre ir embora é porque estou vazia
Eu me fingindo em tranquilidade enquanto a porta do quarto abre, mas o peito ainda arfa demais e me entrega. "Saia daqui". Eu queria poder ter gritado isso, mas eu só pensei. Os dedos passearam pelo balcão e musicaram uma canção velha que eu sempre detestei - e essa pessoa que meu viu transbordar de loucura sabia disso.
"Acho que pra mim já é suficiente". Bafo de café frio saiu feito névoa da boca, um assopro de dias de inverno na primavera. E eu implodia me enrolando em um lençol de flores.
"Da sua espinha dorsal eu puxei com uma agulha um fio de alma, dourado de amor estúpido". E as minhas mãos estavam atadas à tua nuca. Eu desaprendi a dançar, tu vês? E a morte seria de fato mais suave, mas morrer é trágico, sem graça e sem sabor. E eu queria sal, açúcar, ácido, veneno e nuvens.
Da minha janela eu assisti a um show macabro de fogo. O sangue escorreu até a calçada e foi pro esgoto pelos bueiros, e os gritos agudos e graves melodiosos turbularam o ar. Eu precisava de um pouquinho de morte sem cheiro.
De noite eu vi a lua cheia dançando no céu e na parede ela fez sombras infantis. Um, dois, cinco monstros e um corvo. Eu me fingindo em interesse com o rosto esquentando em um conforto solitário. "Por pouco tempo, talvez"... "Talvez eu logo volto"... Meu corpo doía. "Talvez". Levantei e fui até a janela pra ver a pessoa atravessar o portão enferrujado. "Fim?"
"Acho que pra mim já é suficiente". Bafo de café frio saiu feito névoa da boca, um assopro de dias de inverno na primavera. E eu implodia me enrolando em um lençol de flores.
"Da sua espinha dorsal eu puxei com uma agulha um fio de alma, dourado de amor estúpido". E as minhas mãos estavam atadas à tua nuca. Eu desaprendi a dançar, tu vês? E a morte seria de fato mais suave, mas morrer é trágico, sem graça e sem sabor. E eu queria sal, açúcar, ácido, veneno e nuvens.
Da minha janela eu assisti a um show macabro de fogo. O sangue escorreu até a calçada e foi pro esgoto pelos bueiros, e os gritos agudos e graves melodiosos turbularam o ar. Eu precisava de um pouquinho de morte sem cheiro.
De noite eu vi a lua cheia dançando no céu e na parede ela fez sombras infantis. Um, dois, cinco monstros e um corvo. Eu me fingindo em interesse com o rosto esquentando em um conforto solitário. "Por pouco tempo, talvez"... "Talvez eu logo volto"... Meu corpo doía. "Talvez". Levantei e fui até a janela pra ver a pessoa atravessar o portão enferrujado. "Fim?"
7.11.11
-Sem título-
~ Uma pergunta, antes de qualquer coisa:
você olhou pra lua hoje? ~
Nasce a lua pra iluminar
o meu dia ao contrário
acordo e sonho com estrelas que explodem
enquanto Caos me acaricia gentilmente
porque ele sabe a bagunça que sou
Chego à rua que se faz casa
pra muitos alguéns
que do começo ao fim do dia
são tratados como nada
porque convém mais aumentar o volume dos fones
e ignorar seus apelos de compaixão,
de migalhas, de sono, de sonho
As estrelas ainda explodem no céu escuro
e eu desço a rua-lar aos tropeços
com Caos enroscado em meus cabelos
e com a voz cantarolando alguma melodia
E o rio que corre à minha direita
desemboca em um mar feito de lágrimas
choradas pelas nuvens agridoces de meu céu que queima
enquanto lentamente me deito e fecho os olhos
pra escutar o mundo que suspira e acaba.
você olhou pra lua hoje? ~
Nasce a lua pra iluminar
o meu dia ao contrário
acordo e sonho com estrelas que explodem
enquanto Caos me acaricia gentilmente
porque ele sabe a bagunça que sou
Chego à rua que se faz casa
pra muitos alguéns
que do começo ao fim do dia
são tratados como nada
porque convém mais aumentar o volume dos fones
e ignorar seus apelos de compaixão,
de migalhas, de sono, de sonho
As estrelas ainda explodem no céu escuro
e eu desço a rua-lar aos tropeços
com Caos enroscado em meus cabelos
e com a voz cantarolando alguma melodia
E o rio que corre à minha direita
desemboca em um mar feito de lágrimas
choradas pelas nuvens agridoces de meu céu que queima
enquanto lentamente me deito e fecho os olhos
pra escutar o mundo que suspira e acaba.
2.11.11
Fugio*
Saí de casa carregada pelo vento doce
que mora comigo
e dorme a meu oeste:
nós precisávamos ensurdecer desesperadamente
diante dos gritos e das brigas
cheias de ódio, amor e desconfiança
que preenchiam nossos ouvidos e corpos e almas
há dias.
A harmonia sentou-se conosco
no banco colorido de uma praça cercada
e um outro vento, muito frio, vindo do sul
fez dançar nossos pensamentos
e soprou pra longe algumas preocupações.
Sem preocupações
pais e filhos brincavam, ocupando um espaço-tempo só deles
a areia quente sob os pés
e um céu azul sobre os cabelos.
Nós vivemos esse tempo de sol e lua
rodeadas de liberdades e prisões
livres das brigas
na praça cercada de ferros
lendo um livro sobre escravidão
enquanto uma menina voa no balanço,
uns meninos pedalam velozmente
em círculos
e um rei e um imperador escalam uma árvore até o galho mais alto.
E nossos eus flutuando, sensíveis,
serenos, delicados, ondulando
e aproveitando os ventos, o céu, o sol, a lua
por mais que liberdade seja utopia
e nossos corpos continuem sentados no banco
e nossos pés tocando o chão.
*"Fugir" vem do latim fugio
que mora comigo
e dorme a meu oeste:
nós precisávamos ensurdecer desesperadamente
diante dos gritos e das brigas
cheias de ódio, amor e desconfiança
que preenchiam nossos ouvidos e corpos e almas
há dias.
A harmonia sentou-se conosco
no banco colorido de uma praça cercada
e um outro vento, muito frio, vindo do sul
fez dançar nossos pensamentos
e soprou pra longe algumas preocupações.
Sem preocupações
pais e filhos brincavam, ocupando um espaço-tempo só deles
a areia quente sob os pés
e um céu azul sobre os cabelos.
Nós vivemos esse tempo de sol e lua
rodeadas de liberdades e prisões
livres das brigas
na praça cercada de ferros
lendo um livro sobre escravidão
enquanto uma menina voa no balanço,
uns meninos pedalam velozmente
em círculos
e um rei e um imperador escalam uma árvore até o galho mais alto.
E nossos eus flutuando, sensíveis,
serenos, delicados, ondulando
e aproveitando os ventos, o céu, o sol, a lua
por mais que liberdade seja utopia
e nossos corpos continuem sentados no banco
e nossos pés tocando o chão.
*"Fugir" vem do latim fugio
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