5.2.10

Despertar

Eu olho lá pra fora, a tentar puxar pra mim o vento fraco que mexe as toalhas estendidas ao longo do varal de cactus. O calor em demasia afetou meu sono, mas foi só o meu: o barulho da hélice dos ventiladores acolhe com ritmo os roncos do quarto ao lado. A madeira das paredes parece contorcer-se em lamúrios de suor, e desde o amanhecer pequenos pássaros coloridos voam pelo céu sombrio a procurar a brisa que há muitas horas resolveu esvair-se. Algo caminha sobre o telhado, creio que é o gato azul da vizinha; pobre bichano, deve estar com tanta sede quanto as flores vermelhas já cinzas e sem vida.

3 comentários:

Léo disse...

Legal :D

Anônimo disse...

quando ha alguém para se amar nao hà dor q nao nos faça suportar!

Eduardo Erpen Fronza disse...

"quando ha alguém para se amar nao hà dor q nao nos faça suportar!"

Parabéns aí, 'mano'!
Rimou... mas sentido que é bom cadê?

Tsc tsc, no mínimo enche a cara e vem falar besteira no blog da mina, lamentável.