9.1.10

Alô?

Hoje eu resolvi falar de um dos meus maiores horrores desde sempre: o telefone. É, pode parecer engraçado ou nonsense, mas eu tenho pavor ao telefone. De atender o telefone. De ver um telefone. De lojas de telefone. Do toque do telefone. Brr.
Tá, eu exagerei, não é desde sempre que eu faço de tudo pra passar longe dessa horripilante invenção humana. Creio que essa fobia (existe uma fobia pra isso? Google it... Existe! Telefonofobia, mas eu não tenho medo de morrer caso atenda o telefone. Eu nem atendo...) veio de uma vez que eu atendi o telefone e era minha tia. Digo, uma das minhas tias, porque eu tenho uma cabeçada de tia. Mentira, tenho só 4, mas ainda existem as tias-avós, as tias-vizinhas e por aí vai. Continuando: essa tia que me ligou, tem uma irmã gêmea. Eu, na minha ingenuidade de 4 anos, acreditava que suas vozes eram iguais no telefone (ainda acredito), e atendi na maior alegria dizendo "ooooooi, tia Juuuuli!". Eu só lembro de escutar risadas. Risadas descontroladas. Era a tia Jana! Não a culpo por ter rido, nem pela minha fobia, mas eu fiquei traumatizada. Vai que qualquer dia desses eu atendo o telefone e a pessoinha do outro lado da linha fala "Adivinha quem éééé?"? Eu me defenestro! É quase certo que foi aí que minha fobia começou, porque não tenho nenhuma outra recordação minha de correr desesperadamente gritando EU ATENDO todas as vezes que o telefone tocava.
Não vejo sentido em usar o telefone hoje em dia. Existe a internet, Jesus! Não citarei a televisão, porque nem assisto. E, se assisto, critico tudo que vejo e escuto, e aí quem está junto comigo me chuta de perto. Minhas amigas vivem me repreendendo por nunca atender meu celular. Sim, eu tenho um celular, mas eu o mantenho perto pra casos extremos do tipo fui-pro-Paraguai-e-nunca-mais-voltarei, ou seja: jamais! Eu finjo que esqueço ele dentro da última gaveta do guarda-roupa, mas alguém sempre o encontra e me entrega. Eu inocentemente o esqueço em cima da mesa dos restaurantes em que vou, mas a garçonete é gentil demais pra pegá-lo e vendê-lo em algum canto qualquer, então ela me chama e me avisa que eu esqueci o celular sobre a mesa.
Desconheço o inventor do telefone, mas maldito seja. Brincadeira. Mas ainda tenho a esperança de um ataque alienígena que venha somente para acabar com essas coisinhas sonoras bizarras. E aí, então, iniciará a era chamada "paz ouvidal", pelo menos pros casos de telefone. Ainda existe o funk, o sertanejo, o pagode, Calypso e Cine.

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