01:04
Mais uma volta do ponteiro maior no relógio. Outro minuto. 01:05. E nunca entendo o que acontece comigo. Um daqueles dias em que eu pareço completamente impossível de agradar e qualquer coisa pra mim é digna do meu desprezo instantâneo.
Brócolis* disse que "Tomate* é rico, pena que é feio".
Quando eu estou nesse dia-de-crítica, que eu apelidei carinhosamente de "vulcano", eu vejo em tudo ao meu redor o conjunto de coisas que me são insuportáveis.
1 - Ser rico. Afinal, qual a merda da vantagem de ser rico? Ter tênis legais? Vestir as melhores roupas? Ter um carro e uma casa e uma tv de plasma? Eu sei que vivemos em uma sociedade capitalista onde é isso mesmo que importa, mas não dá pra pensar diferente? Ou tentar ser diferente e não dar bola pra capacidade monetária de uma pessoa? Às vezes eu sinto muita tristeza por ela ter sido influenciada a esse ponto. E por vivermos em uma sociedade tão decadente.
2 - Ser feio. É uma corrente à qual as pessoas se prendem e esquecem de quebrar, ou não têm capacidade suficiente pra isso. Porque é desumano ignorar ou tratar mal uma pessoa porque ela é feia. E, seriamente, o que é "feio"? Não gosto de usar esse termo, porque quando se trata de beleza ou feiura as pessoas têm dentro de suas próprias cabeças o definido de cada uma dessas palavras.
Bem simples: isso eu acho que é bonito, isso eu acho que é feio. Prontoacabou, resolvido o negócio.
01:36.
* Nomes fictícios, perceptivelmente.
28.12.09
24.12.09
Três pequenos pontos de luz
Uma animada discussão à mesa, acompanhada de amendoins salgados, chopp e suco de laranja. Propagandas antigas, nadadores e medalhas na tv, mulheres com bigode, exercícios físicos e igreja católica.
*
Folhas secas próximas ao muro de cor estranha e, pelo jeito, muito mal-pintado. Folhas secas, mas não o suficiente para gritarem alto a dor de serem esmagadas. Amarelas, rachadas do calor e do sol, carcomidas pelos insetos.
*
I de Inúmeras lágrimas, mas também inúmeros sorrisos, uma vida inteira juntas, brigas que não significam nada. R de Raridade, como tu és, o que representas pra mim, aquele velho clichê de "joia rara", porque é assim mesmo, e eu te amo. G de Gratidão, pelas noites de risadas, pela compreensão, pelo coração aberto pra mim e pelo companheirismo. V de Viagens, idas e voltas, despedidas e chegadas regadas a abraços, sorrisos e perfumes bons. E T de Talvez, porque essa palavra confunde um pouco a nossa vida, embora não interfira em nada no que eu sempre quis pra gente: um M, de Melhor, as melhores coisas e sentimentos e coincidências que a vida pode oferecer.
Feliz Natal pra nós. :)
*
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Folhas secas próximas ao muro de cor estranha e, pelo jeito, muito mal-pintado. Folhas secas, mas não o suficiente para gritarem alto a dor de serem esmagadas. Amarelas, rachadas do calor e do sol, carcomidas pelos insetos.
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I de Inúmeras lágrimas, mas também inúmeros sorrisos, uma vida inteira juntas, brigas que não significam nada. R de Raridade, como tu és, o que representas pra mim, aquele velho clichê de "joia rara", porque é assim mesmo, e eu te amo. G de Gratidão, pelas noites de risadas, pela compreensão, pelo coração aberto pra mim e pelo companheirismo. V de Viagens, idas e voltas, despedidas e chegadas regadas a abraços, sorrisos e perfumes bons. E T de Talvez, porque essa palavra confunde um pouco a nossa vida, embora não interfira em nada no que eu sempre quis pra gente: um M, de Melhor, as melhores coisas e sentimentos e coincidências que a vida pode oferecer.
Feliz Natal pra nós. :)
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9.12.09
Nuvem Agridoce
Mas deixa o vento mexer nesse céu que mais parece feito de algodão. Deixa as nuvens se espalharem e se misturarem com esse cheiro agridoce que vem da janela do prédio azul aqui atrás. Acho que é isso aí mesmo, centenas de nuvenzinhas agridoces espalhando-se pelo céu azul-amarelo-laranja-vermelho quando o sol está dando lugar pra lua. Milhares de nuvenzinhas agridoces querendo fazer parte do pedaço de céu que eu olho enquanto tu estás indo embora. E eu conto teus passos, que separam as nuvens com sabor, e é como se o doce do agri me fosse enjoativo, e o agri do doce me fizesse muito mal. És um veneno pra mim, cuja dose aumenta cada vez que te vejo, e eu me forço a sofrer só pra te ver mais um pouco, sabendo que quando tu fores embora sequer o agridoce existirá pra mim.
Deixa eu te falar do que acontece quando tu estás perto? É agri e doce ao mesmo tempo. É tudo e nada, é essencial e irrelevante. É tão bipolar que me vicia, porque eu não tenho certeza do que o amanhã reserva pras minhas nuvens, elas podem chover cachorros, ou então abrirem-se majestosas pro sol que um dia ainda vai parar de brilhar. É tão bipolar que me vicia, todo dia de uma forma diferente, porque és exatamente assim. Em um dia és cedo, em outro és tarde. Perto do almoço hoje, e madrugada - quem sabe? - amanhã. És igual a mim agora e meu exato oposto em questão de centésimos de segundos. És tão irregular, e mesmo assim eu te prefiro aos outros. Porque sempre faz com que minhas nuvens tenham uma surpresa toda vez que tu resolves aparecer, porque sempre as desmancha e as reúne de um jeito diferente, porque sempre me surpreendes com teu jeito disforme, mas sempre com esse gosto agridoce.
É, é assim que tudo parece quando estás perto de mim.
Senhor agridoce, és pra mim agora o único dono das minhas nuvens. E eu sequer conheço o timbre da tua voz.
Deixa eu te falar do que acontece quando tu estás perto? É agri e doce ao mesmo tempo. É tudo e nada, é essencial e irrelevante. É tão bipolar que me vicia, porque eu não tenho certeza do que o amanhã reserva pras minhas nuvens, elas podem chover cachorros, ou então abrirem-se majestosas pro sol que um dia ainda vai parar de brilhar. É tão bipolar que me vicia, todo dia de uma forma diferente, porque és exatamente assim. Em um dia és cedo, em outro és tarde. Perto do almoço hoje, e madrugada - quem sabe? - amanhã. És igual a mim agora e meu exato oposto em questão de centésimos de segundos. És tão irregular, e mesmo assim eu te prefiro aos outros. Porque sempre faz com que minhas nuvens tenham uma surpresa toda vez que tu resolves aparecer, porque sempre as desmancha e as reúne de um jeito diferente, porque sempre me surpreendes com teu jeito disforme, mas sempre com esse gosto agridoce.
É, é assim que tudo parece quando estás perto de mim.
Senhor agridoce, és pra mim agora o único dono das minhas nuvens. E eu sequer conheço o timbre da tua voz.
1.12.09
- Garota, espera, espera aí, fica parada! Olha pra mim. Sério, não tô brincando, olha pra mim... O quê? Não desvia o olhar, que eu gostei desses teus olhos tão castanhos. Faz tanto tempo que eu sento debaixo desta árvore e nunca passou uma garota igual a ti. Como eu sei? Porque eu sinto, oras... Eu sei que eu não estava a te olhar, mas o som do meu violão foi atraído por ti, e eu tive que te olhar. És magnética, garota, és diferente... Meu nome? É desimportante, nome comum de garoto, mas tu podes me chamar do jeito que tu quiseres. És tão diferente! Olha, tens o sorriso tão lindo...
Meu violão não errou ao te escolher, eu sei.
Meu violão não errou ao te escolher, eu sei.
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