20.5.10

Gritei calada

Foi terrível. O lugar por si só já era macabro: um beco escuro, mal-iluminado, com lixo espalhado pelos cantos. Não sei por qual motivo meu cachorro fugiu e escondeu-se lá, mas o que vi deixou-me chocada.
Estranhei quando vi aquele grupo de homens encapuzados entrando lá, arrastando consigo uma mulher que gritava o porquê daquilo estar acontecendo, e porque ela foi escolhida, e segui-os. A jogaram no chão e ela chorava baixinho. Eu, imóvel e impotente, observava tudo detrás da lata de lixo.
Os seis homens tiraram seus capuzes, e o medo e a surpresa instalaram-se predominantes nos olhos da vítima. Eu senti medo por ela, e ainda mais quando a luz vacilante do poste refletiu na adaga que saiu do bolso de quem parecia ser o chefe do grupo. Ele era alto, forte, seus cabelos louros e seus olhos escuros – quase negros – jamais sairão de minhas piores lembranças.
Minha curiosidade levou-me à cena de um crime: uma jugular cortada, sangue pelo chão, lágrimas nos olhos da morta. A sensação de satisfação do grupo era explícita, eles até sorriam. Assim que foram embora, fui até o cadáver, que agora esfriava, sem vida. Me senti invasiva, mas remexi em seus bolsos, e encontrei uma flor, junto a um bilhete, que dizia: “Sinta o perfume desta flor pela última vez. Você traiu a seita e será executada”. No fim do bilhete, um carimbo com as iniciais LF.

Tenho medo até hoje de ser descoberta. Mas vim dar meu depoimento, não aguento carregar uma alma em meus ombros.

Um comentário:

Cleo Theodora disse...

ahh, minha redação *-* hahaha
tu é foda cara, mas o meu título azarrou HAHAHAHAHAHAHHAA parabéns tai (L