5.8.13

(só pra constar que eu gostei de ter você por perto)

Saudei o sol, as deusas, os deuses, o mar, a lagoinha
o céu
eles me saudaram de volta só mais tarde
deixando duas estrelas-cadentes entrarem no meu campo de visão
bem perto do rastro de poeira cósmica que eu vi na noite escura


Nasceu uma flor no dorso da minha mão
as pétalas brotaram naquele tom vermelho-rosado que eu gosto
o miolo bem no centro é marrom e vai se esvaindo pra um amarelo-ouro
as folhas são de um verde que eu nunca vi igual
e o perfume me faz viajar pra uma noite de música
poema
gaita
e chuva
Tô cuidando bem dela, eu juro pra quem quiser que eu jure
tem abelhas voando ao redor da minha cabeça
uns passarinhos pousando nos meus ombros
e borboletas no meu estômago


Afundei num poção de água gelada e prendi bem o ar dentro de mim
- dizem que o ideal é você tentar controlar essas coisas
nadar bem perto da margem
mas eu saí flutuando pelos meandros do rio
como sempre
eu adoro que a água me leve pra onde ela quiser
e aí eu deixo que me desague no mar, e me enrolo nas ondas

Um comentário:

Dregom disse...

Belo e singelo. O amor se demonstra ser elegante e impassível do seu início ao fim. É bonito se deixar amar e viver o momento. Poucas palavras retratariam tão bem mágica de se apaixonar como este poema.