17.11.11

Cabelos de DNA

Antes de mais nada, deixarei muito claro:
foi amor desde o princípio.
O que eu senti e sinto é enorme,
e eu derramo o que sinto ao redor dela enquanto ela dorme,
enquanto ela sorri, enquanto brincamos de briga em cima da cama desarrumada.
E quando brigamos de verdade, o que me mata.
Mas eu derramo mesmo assim.

Rir de mim mesma e de meu desajeito com as coisas
é tão normal perto dela.
Me sou inteira pra ela. Ninguém me acessa tão fácil.
Piadas e piadas que me deixam sem ar
porque eu prefiro rir
a respirar.
Até ficar roxa, mas não de frio.

Outros anos e estávamos caminhando por outras ruas,
dividindo uniformes e planos
pequenos.
Menores do que nós, nós que éramos tão pequenas.
(Cuide de mim quando eu precisar.)

Depois daqui tudo tem sido céu e areia
e brigas e brigas e tantas brigas
me perco entre gritos e feridas que sangram por dentro.
Mas logo saram, só por um sorriso.
Eu gosto de te ter por aqui.

Aos poucos eu me desfaço mais um tanto
outro dia que se vai é menos um
e eu ainda te vejo no meu oeste.

Sol poente de fogo e choro, eu te preciso.
És linda e eu permaneço enxergando duas
absurdamente apaixonadas, protetoras, amigas

e

Irmãs.

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