saltitei
por entre os céus
nuvem por nuvem
azul amarela roxa lilás vermelha
mescla de morte de dia e nascimento de noite
e me estatelei no meio de um nada
descolorido negro
e rodopiei dançando
na música cósmica que eu sentia sibilariar ao meu redor
às vezes os sinais vêm sonhados
enquanto durmo
sonho com um trem-bala que descarrilha e sai a flutuar por aí
e me sinto bem
e às vezes os sinais vêm em palavrasque ouço dizer nas entonações de tantas vozes
em tantas línguas
e às vezes os sinais vêm em forma de gente
que encontro ao acaso, sem espaço-tempo definido pra encontrar
como aquele moço que trazia consigo sua bicicleta
e um outro moço e uma outra moça mais adiante
que debaixo do meu teto dividiram a noite comigo
e me instigam a voltar a dançar uma dança encantadora
carregada de descoberta, sabedoria, gente linda, lugar sem nome
regida pela música que me convida desde a estrada
todo dia e cada vez mais alto e mais forte
ainda dentro do meu sonho latinoamericano
e de educação libertária
e de povo
ainda dentro do meu coração que pulsa um sangue vermelho e quente
acelerando-se
acalmando-se
e me levando adiante
até que as estradas as pessoas as vidas os cosmos os mares os multiversos
se encaixem em meu coração
que faz saltar dos meus olhos
as lágrimas que refletem os céus das noites cujos dias me senti viva como nunca
"Por la vereda azul,
domadora de sombrías estrellas
seguiré mi camino.
Hasta que el Universo
quepa en mi corazón"
(Curva - F G Lorca)
🌒🌓🌔🌕🌖🌗🌘
Nenhum comentário:
Postar um comentário