21.6.09

Lagarto no sol

Acordou quatro vezes noite passada. Mas não era nervosismo, calor, frio, sede ou falta de sono. Sentou-se e ficou lembrando da rotina que tinha. Acordar e sair de casa cedo para ir pra escola e, no caminho, ver os carros e a grama mal-cortada na beira da rua cobertos de geada. Sentir o vento frio batendo na cara como lâminas afiadas, enquanto o nariz e as orelhas queimavam.
Depois de meio ano, ainda é possível sentir que os únicos raios de sol de uma tarde de céu fechado podem ser comparados com os mesmos que apareciam algumas vezes nos céus da cidade antiga. O almoço não chega mais com os badalos dos sinos da matriz. Ainda é possível lembrar, como se tivessem acontecido há poucos segundos, histórias engraçadas e momentos felizes. Ainda é possível sentir o coração disparar e apertar por causa de um abraço.
No meio das lembranças, percebeu que, embora tudo ao seu redor tenha mudado, e muitas coisas em si mesma também, muito do sentimento que a habitava antes continuava intacto, como se essa história de distância sequer existisse.
Acordou quatro vezes noite passada. Mas não era nervosismo, calor, frio, sede ou falta de sono. Era saudade.

2 comentários:

Bruno ;D disse...

Lindo, Tainah, simplesmente lindo. ;**

Anônimo disse...

acho que deu pra ter uma noção do 'Lagarto no sol' (: muiiito fofo Tai *---* Saudades :\
Beiijos, Jhê :$